O
setor público brasileiro vem nos últimos anos enfrentando uma série de
dificuldades no que concerne à sua gestão orçamentária. De um lado, sob o ponto
de vista financeiro, os recursos estão cada vez mais escassos, e por outro lado
às demandas de serviços apresentadas pela sociedade estão cada vez mais
crescentes. O debate sobre a utilização eficiente dos ingressos públicos tem
alcançado grandes contornos em fase às exigências legais da gestão fiscal
impostas aos administradores públicos.
A Lei 4.320/64 unificou e
padronizou a elaboração dos orçamentos e balanços públicos em todas as esferas
administrativas de governo. Estabeleceram em seu artigo 2º os princípios que
norteiam o orçamento público. São eles: Princípio da Unidade - o orçamento deve
ser único e indivisível; Princípio da Anualidade - o orçamento deve ter duração
de um exercício financeiro e Princípio da Universalidade - o orçamento deve
conter todas as receitas e despesas de todos os seus órgãos, seja a
administração direta ou indireta (BRASIL, 1964).
A citada lei demonstra a
importância da transparência orçamentária, onde a lei do orçamento deverá
evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho de governo,
demonstra também a importância de aliar orçamento junto com planejamento, para
que assim se construa uma ferramenta capaz e eficaz, que evita as
distorções administrativas e possibilite uma boa administração da máquina
pública. Enfim, trata-se de toda e
qualquer matéria relacionada à Contabilidade Pública.
Da mesma forma, a Lei
Complementar nº 101, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
entrou em vigor em 04 de maio do ano de 2000. Esta Lei veio para
"estabelecer normas de finanças públicas voltadas à responsabilidade na
gestão fiscal" (Art. 1º). Ou seja, seu principal objetivo é regular as
contas públicas, limitar o endividamento da União, dos Estados e dos
Municípios, determinando metas e limites para a gestão das Receitas e Despesas
públicas, além de estabelecer o conceito de gestão fiscal responsável (BRASIL,
2000).
Nesse
sentido, o objetivo deste Minicurso é apresentar aos participantes as
principais ferramentas existentes da contabilidade pública para que possam
acompanhar o desempenho orçamentário e financeiro da gestão municipal pública,
mediante indicadores, através das demonstrações contábeis. Assim, o foco deste
curso é fortalecer o emponderamento dos cidadãos afim de corroborar para o
senso crítico da real situação da gestão pública municipal.
Ao
longo do curso, os participantes serão convidados a conhecer os seguintes
procedimentos:
·
Coletar e organizar os dados contábeis
dos Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial municipais, através dos
relatórios extraídos do Sistema de Acompanhamento das Contas Municipais-SICOM;
·
Expor características, de forma
sintetizada, acerca dos dados e informações contábeis, contidos nos balanços do
municipais;
·
Mensurar os indicadores de desempenho
da situação orçamentária, financeira e patrimonial municipal.
Os documentos pertinentes serão retirados do Sistema de Acompanhamento
das Contas Municipais (SICOM) como as Leis Orçamentárias Anuais dos exercícios
de estudo, as Leis do Plano Plurianual e das Diretrizes Orçamentárias e os
Balanços Financeiros, Patrimonial e Orçamentário. O SICOM é uma tecnologia do
Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, criada em parceria com os
jurisdicionados, para apoiar o controle externo da gestão dos recursos públicos
de forma eficiente, eficaz, efetiva e transparente (TCE-MG, 2011).
Após
essa reflexão, espera-se que os participantes possam perceber a importância das
ferramentas contábeis para acompanhar a situação financeira e orçamentária da
gestão pública. Com este Minicurso serão criadas condições necessárias para que
os participantes desenvolvam competências para:
Dimensão |
Competências específicas |
Cognitiva
|
Conhecer ferramentas contábeis da
situação orçamentária e financeira da gestão pública; Conhecer o Sistema de Acompanhamento
das Contas Municipais (SICOM); Compreender a gestão responsável da situação
financeira municipal como uma alternativa para a promoção do desenvolvimento
local. |
Atitudinal
|
Conscientizar-se de que o planejamento
financeiro das contas públicas, de forma ordenada e articulada, contribui
para a perenidade da atividade governamental desenvolvida e promove a efetividade
das políticas públicas; |
Operacional
|
Construir através da análise das peças
contábeis dos Balanços Patrimonial, Financeiro e Orçamentário o diagnóstico
da situação da organização pública; Acompanhar e monitorar através portal
da transparência a situação financeira, orçamentária e patrimonial da gestão
pública como alternativa para o emponderamento do cidadão; Assim como, fazer com que os gestores
públicos planejem suas ações de forma responsável e desburocratizada, de modo
a contemplar a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal. |
METODOLOGIA
Este Minicurso foi concebido no formato de
metodologia aberta, trata-se de metodologia flexível, caracterizada pela
fixação de diretrizes gerais a partir das quais o Professor tem autonomia para
adequar técnicas, estratégias e procedimentos às características e
especificidades do público que irá trabalhar.
O encontro será desenvolvido com metodologia
participativa, buscando manter o nível de atenção e motivação dos
participantes. Para isso, serão intercaladas técnicas como exposições
dialogadas, análise e discussão de casos concretos vivenciados pelos participantes,
bem como a aplicação de exercícios práticos, como trabalhos em pequenos grupos.
As atividades serão conduzidas à troca de ideias, experiências e atualização de
conhecimentos relativos ao tema, principalmente em face das decisões e
jurisprudências mais recentes dos órgãos de controle.
Por fim, espera-se com este curso promover a
conscientização sobre a importância dos indicadores contábeis como instrumento
de análise e controle na gestão pública, os quais propiciam um melhor
entendimento da gestão pública e contribui para a averiguação correta das
regularidades nas demonstrações contábeis pública.